O aparecimento do "Na Estrada da Beira" resultou de um desafio feito por um amigo que entretanto saiu da minha vida (ao que parece, para sempre...). Surgiu num tempo conturbado em que a principal preocupação era encontrar-me. A mim e ao meu destino. Foi um processo complicado, doloroso até, mas permitiu-me o tal (re)encontro de que tanto precisava e abrir as portas para que novas pessoas entrassem na minha vida (e que pessoas maravilhosas têm chegado). Actualmente, e olhando para tudo com a devida distância, creio que foi uma das coisas boas que me aconteceu na vida, apesar de toda a dor que lhe está associada. (E não, não sou masoquista. Apenas acho que há males que vêm por bem.)
Na Estrada da Beira já só há uma casa vazia. Mais do que objectos, levo comigo as memórias dos tempos aqui passados, pedaços de mim de que não abro mão, e a convicção de que o meu destino é aquele que eu escolher.
Daqui em diante os dias sucedem-se num novo lugar, numa nova cidade e com eles constroem-se novas recordações futuras. Novos pedaços que fazem a marca dos meus dias.