A noite de Natal

Em a noite de Natal
Alegram-se os pequenitos;
Pois sabem que o bom Jesus
Costuma dar-lhes bonitos.

Vão se deitar os lindinhos
Mas nem dormem de contentes
E somente às dez horas
Adormecem inocentes

Perguntam logo à criada
Quando acordam de manhã
Se Jesus lhes não deu nada

– Deu-lhes sim, muitos bonitos.
– Queremo-nos já levantar
Respondem os pequenitos.

Mário de Sá-Carneiro


A todos os que por aqui passarem desejo um Feliz Natal!

Da próxima,

... em vez da secção de informática, experimento a peixaria!

E fiquei eu espantada

quando há umas semanas uma aluna me respondeu que 0+1=0.

Afinal a rapariga deve trabalhar para o Sindicato dos Técnicos de Manutenção de Aeronaves. Ou isso, ou é jornalista do Público...

Querido Pai Natal

Estou a ver na televisão que já saíste da Lapónia para entregar os presentes, mas, se ainda for possível, sabes o que é que eu gostava mesmo de ganhar este ano?
Um novo chefe!

Já foi há algum tempo

que recebi estes prémios do Johnny Mary. Ainda assim, não posso deixar de os colocar aqui e agradecer à Catarina toda a sua generosidade e amizade.
Obrigada, amiga! É tão bom receber presentes :)

Hoje

é noite de lua cheia. Mas...

Imagina, imagina
Hoje à noite a gente se perder
Imagina, imagina
Hoje à noite a lua se apagar
Quem já viu a lua cris
Quando a lua começa a murchar
Lua cris
É preciso gritar e correr, socorrer o luar...
Meu amor
Abre a porta prá noite passar
E olha o sol da manhã
Olha a chuva, olha a chuva
Olha o sol
Olha o dia a lançar serpentinas
Serpentinas pelo céu, sete fitas coloridas
Sete vias
Sete vidas, avenidas, prá qualquer lugar
Imagina, imagina, imagina, imagina
Sabe que o menino que passar debaixo do arco-íris vira moça, vira
A menina que cruzar de volta o arco-íris rapidinho volta a ser rapaz
A menina que passou no arco
Era o menino que passou no arco
E vai virar menina
Imagina, imagina, imagina, imagina, imagina
Hoje à noite a gente se perder
Imagina, imagina
Hoje à noite, a lua se apagar

Imagina (Valsa sentimental)
Composição: Antonio Carlos Jobim / Chico Buarque

Ora vamos lá então...

Ao que parece, nesta época natalícia os desafios é que estão a dar. (Ou isso, ou porque está muito frio e a malta fica em casa a inventar o que fazer.)

Desta vez, a batata quente foi-me passada pela Rosa Negra, que me pede que comece por colocar uma fotografia minha. Como ela não disse que tinha de ser recente, e esta estava no computador e eu até nem desgosto dela, voilá!

Depois há que escolher um cantor ou uma banda e responder às perguntas com os títulos das músicas do eleito. Fogo!... Um só?!? Isso é quase impossível! Mas pronto, está bem! Afinal é um desafio...

Assim sendo, escolho a Diana Krall e as perguntas/respostas são:

1) És homem ou mulher? I'm an errand girl for rhythm
2) Descreve-te: You're looking at me
3) O que as pessoas acham de ti? I don't know enough about you
4) Como descreves o teu último relacionamento: Why should I care?
5) Descreve o estado actual da tua relação: 'S wonderful
6) Onde querias estar agora? Fly me to the moon
7) O que pensas a respeito do amor? It could happend to you
8) Como é a tua vida? Pick yourself up
9) O que pedirias se pudesses ter só um desejo? Peel me a grape
10) Escreve uma frase sábia (esta é que foi... É que não consegui mesmo decidir-me): How deep is the ocean?(How high is the sky?); East of the Sun (West of the Moon)

Finalmente, era suposto passar "a batata" a alguém, mas parece-me que ela já andou por tudo o que é mão...
Já agora, por que é que só querem os títulos e não as músicas? Não acho justo, depois de tanto esforço em me concentrar num único artista. Por isso mesmo, aqui ficam também as ditas.

Fantástico!

Há muitos anos que a nossa árvore de Natal não era feita antes do dia 24.

Existe coisa pior

do que percorrer meticulosamente o conteúdo do saco do aspirador à procura de um dos nossos brincos favoritos e, finalmente, ao cabo de 5 minutos, darmo-nos conta que afinal ele nunca lá esteve?!?

Não sei se grite de raiva ou de nojo!

A 3.ª Lei de Newton

Actioni contrariam semper et aequalem esse reactionem: sine corporum duorum actiones in se mutuo semper esse aequales et in partes contrarias dirigi.

(Para toda a acção há sempre oposta uma reacção igual, ou, as acções mútuas de dois corpos um sobre o outro são sempre iguais e dirigidas a partes opostas.)

Também se aplica a mim e ao meu pai...

Sons quentes

Para um fim-de-semana de chuva

James Taylor - Only a Dream in Rio

Os meus vícios

Há uns dias fui desafiada pelo Johnny Mary a denunciar os meus 7 maiores vícios.
Assim sendo, aqui vão 5 de uma assentada:

O 6.º é a praia. Não posso passar sem a areia, o mar e, é claro, o vento. É que, por estes lados, praia que é praia tem sempre vento (lol)

Finalmente o número 7. Bem... Quanto a este vão-me desculpar, mas não revelo. Não posso. É segredo. Só meu...

E como um desafio é um desafio, se houver alguém que queira aproveitar a deixa...

Feitas as contas...

(...)

O agora e o infinito
Só o que me interessa

Lenine - É o que me interessa

Esqueçam as imagens. Fechem os olhos e concentrem-se nas palavras.

Ciência e Tecnologia

Com início hoje, Dia Nacional da Cultura Científica, decorre até Domingo a Semana da Ciência e Tecnologia. Embora o programa esteja em actualização, o sítio da Internet dedicado a este acontecimento anuncia, para já, 268 eventos a ter lugar em vários pontos do país.

Aqueles que estão menos por dentro destas questões, e que ouvem falar constantemente em Plano Tecnológico, programas e-escola e e-escolinha (vulgo Magalhães) e outras coisas que tal, até podem pensar no nosso país de dá muito valor a quem faz ciência. Mas porque a realidade é bem diferente decidi transcrever aqui um artigo publicado há um mês no jornal O Público e que bem se adequa à ocasião.

Cientistas em saldos

25.10.2008 - 17h17 David Marçal

Sabia que há cientistas que ganham 745 euros? Que não têm direito a subsídio de desemprego, férias, Natal ou alimentação? Que não são aumentados há seis anos? Está naturalmente curioso de saber em que país, mas estou certo de que já adivinhou.

São os bolseiros de investigação científica! Uma designação infeliz para os jovens (e menos jovens) investigadores, pois classifica-os pelo tipo de regime contratual com que exercem funções, secundarizando a natureza da actividade (investigação). Faz tanto sentido como descrever um juiz como um "assalariado da justiça".

Os bolseiros podem-se distinguir segundo o tipo de bolsa que têm. Os BIC (bolsa de investigação científica) são licenciados e, independentemente da sua experiência ou competências, ganham 745 euros. Os BD (bolsa de doutoramento) têm em geral um excelente percurso académico e científico (não é fácil ganhar a bolsa!), são investigadores experientes e motivados, ganham 980 euros. O mesmo valor desde 2002, o que representa face à inflação acumulada uma perda de 18 por cento do poder de compra.

Pode-se argumentar que os bolseiros "estão em formação" e que "já é uma sorte estarem a ser pagos". Mas trata-se de adultos (uma licenciatura não se acaba antes dos 22-23 anos) com contas para pagar e legítimo direito à emancipação (ou um cientista tem que viver em casa dos pais?). E quanto à formação, creio que qualquer bom profissional está sempre em formação. Todas as carreiras têm fases e o doutoramento é apenas uma fase da carreira de um cientista.

Os bolseiros têm direito ao chamado "seguro social voluntário" - que é uma espécie de não sei o quê. Basicamente, a entidade que concede a bolsa paga contribuições para a Segurança Social, equivalentes ao salário mínimo. Este é o regime pelo qual estão abrangidas as pessoas que não têm rendimentos. Por que raio enfiaram os jovens investigadores aqui? Fazendo o Governo gala de integrar todas as classes profissionais no regime geral de Segurança Social, que coerência tem não incluir os bolseiros? Esta reivindicação tem sido sucessivamente negada pela tutela. Para que não haja dúvidas: os jovens investigadores querem ser integrados num regime de Segurança Social que outros grupos profissionais não querem porque acham que é mau!

Penso que é necessário criar a percepção social deste problema e da necessidade de evolução, começando pelos próprios investigadores e professores do quadro que trabalham com bolseiros que beneficiam do seu trabalho, com quem publicam artigos e escrevem patentes. Creio que seria de todo justo e adequado que os cientistas e investigadores estabelecidos tomassem pública e politicamente o partido dos jovens investigadores. A alternativa é continuar o choradinho da fuga de cérebros. Não há fuga de cérebros. Há expulsão de cérebros. Se não fazem falta, isso é outra história. Mas sendo assim, digam.

*Investigador em bioquímica. Bolseiro durante seis anos

O regresso do marco

Ao que parece, e sem que eu me tenha dado conta de tal, o marco quilométrico que estava no cabeçalho tornou-se uma espécie de “imagem de marca” deste blogue.

Numa primeira etapa do processo de mudança de imagem a que submeti este espaço ele lá continuou, mas a verdade é que as cores e dimensões da foto não me pareceram equilibradas com o resto. Ainda a tentei cortar e redimensionar, mas não só perdia o seu poder como continuava a não corresponder ao que pretendia, pelo que acabei por retirá-la.

Mas porque as renovações radicais podem fazer com que percamos alguma da nossa identidade, porque aquela fotografia foi feita com o propósito de aqui ser colocada e porque me dei conta que muitos identificavam este lugar através daquela imagem, decidi que o famoso marco regressa ao Estrada da Beira. Contudo, e pelas razões que vos apresentei acima, optei por colocá-lo na berma o que, na realidade, corresponde ao modo ele se apresenta aos viajantes que percorrem a N 17.

O fim dos dias cinzentos

Nos últimos tempos muitos têm sido os dias cinzentos. Tão carregados, alguns deles, que se aproximaram do negro.

Para combater o quadro sombrio e contrariar as nuvens escuras que teimam em pairar sobre mim asfaltei esta Estrada com novas cores, na expectativa de que uma nova luz ilumine os dias que se seguem e o novo caminho começo a trilhar.

Espero que a nova imagem do Estrada da Beira seja do vosso agrado.

A soma dos dias

A vida faz-se caminhando sem mapa e não é possível voltar atrás.

p. 289

Entre les Murs

Mostra-nos como pode ser difícil a convivência dentro de uma escola e em particular numa sala de aula.
Passa-se em França, mas podia muito bem ser o retrato de alguns estabelecimentos de ensino nacionais.

À saída da sessão alguém dizia: "Não estava à espera de um filme tão duro."

Mentalizando-me para mais um dia...

Horóscopo

De regresso a casa, após uns dias de ausência, sento-me distraidamente no sofá a separar o correio até encontrar este texto, supostamente a previsão para os dias que se seguem:

Peixes
A vida muda e o que perdura é esse equilíbrio precário e infinito entre o que nasce e o que morre. Dias de intensidade, fertilidade e impulsos em direcção à vida. Mudança interior, que extravasará depois.

Vamos lá ver o que isto quer dizer…

O barulho da carroça

[Recebi por e-mail. Não podia ser mais oportuno...]

Certa manhã, meu pai, muito sábio, convidou-me a dar um passeio no bosque. Ele se deteve numa clareira e depois de um pequeno silêncio me perguntou:
- Além do cantar dos pássaros, você está ouvindo mais alguma coisa?
Apurei os ouvidos alguns segundos e respondi:
- Estou ouvindo um barulho de carroça.
- Isso mesmo, disse meu pai, é uma carroça vazia...
Perguntei ao meu pai:
- Como pode saber que a carroça está vazia, se ainda não a vimos?
- Ora, respondeu meu pai, é muito fácil saber que uma carroça está vazia por causa do barulho. Quanto mais vazia a carroça maior é o barulho que faz!

Tornei-me adulto, e até hoje, quando vejo uma pessoa falando demais, gritando (no sentido de intimidar), tratando o próximo com grossura inoportuna, prepotência, interrompendo a conversa de todo mundo e querendo demonstrar que é a dona da razão e da verdade absoluta, tenho a impressão de ouvir o meu pai dizendo:
... Quanto mais vazia a carroça, mais barulho ela faz!

Pedro e o lobo

Hoje deixo-vos com a história de Pedro e o lobo, de Prokofiev, uma das favoritas do A.
Conhece-a através de uma versão animada. Não a da Disney, mas uma outra, que comprei havia ele completado 2 anos há pouco tempo. Desde a primeira vez que a viu que se mostrou fascinado pelas personagens e pela música, e durante bastante tempo foi mesmo o único filme que via na totalidade. Hoje já nem precisa de ver as imagens para nos contar a história. Basta que ouça o som da flauta ou do clarinete para dizer: "Estás a ouvir?!? Este é o passarinho! E este o gato!"

Amanhã o A. faz 4 anos. Já vê outros filmes, ouve outras músicas e conhece outras histórias, mas o "DVD do Pedro" continua entre os que mais gosta.

Mulheres de Guerra

ou se quiserem Les Femmes de L'Ombre no original. Esta é a minha sugestão cinematográfica para este fim-de-semana.

Não se deixem intimidar pelo facto de o filme ser francês (isto para aqueles que têm alguma dificuldade em lidar com o cinema gaulês ou com a língua de Molière) e vão ver Sophie Marceau, Julie Depardieu e Marie Gillain, entre outros, a dar corpo a uma merecida homenagem às mulheres que durante a 2ª Guerra lutaram pela libertação da França.

Depois voltem e digam-me o que acharam.

Viver a vida

Somos tantas vezes pressionados pelo socialmente correcto, por aquilo que os outros esperam de nós, que nos esquecemos da nossa identidade, de viver a vida como ela é e não como alguém espera que o façamos. É certo que, nos tempos que correm, mostrarmos o nosso verdadeiro "eu" pode ser um risco e que há por aí muito boa gente, sem qualquer tipo de escrúpulos, que se aproveita das nossas fraquezas para nos transformar a vida num inferno. Mas será que vale a pena fingir e manter uma fachada que apenas nos afasta de nós próprios e nos consome uma enorme quantidade de energia? É bem capaz de não...
Aproveitem e comecem já este fim-de-semana! Life is real :)

I don't like Mondays

É uma razão tão válida como outra qualquer...

Tudo porque hoje, depois de ter de dizer a uma funcionária que as minhas funções não são substituí-la no que não lhe apetece fazer e de, pela segunda semana consecutiva, ter tido de "improvisar" o desenvolvimento de actividades planeadas há mais de um mês por causa da lentidão de resposta das nossas instituições, ainda me pediram um parecer favorável para algo a que só me apetece responder negativamente!

Estranheza

Hoje comemora-se o Dia Mundial da Música e o Google não faz nenhuma alusão ao facto...

Sem palavras

Depois da tua mensagem, não há nada que possa dizer...
Deixaste-me sem palavras.

Tempo de alienação

6.ª feira prometia um fim-de-semana estival, mas a proximidade do equinócio do Outono trouxe-nos chuva e trovoadas e a vontade de ir à praia desvaneceu-se por entre as nuvens.
Contudo, a semana havia sido um pouco complicada e era necessário recuperar as energias.
Assim, em vez de rumarmos a Poente, para a beira-mar, invertemos a nossa direcção e o destino foi a serra. Depois de um demorado almoço (não pela quantidade da comida, mas pelo prazer de desfrutarmos do lugar, da tranquilidade e do facto de estarmos juntos) aventurámo-nos. Primeiro pelas margens de um ribeiro e depois pelo meio do mato, abandonando os trilhos feitos à custa da passagem de outros que, como nós, procuram no silêncio daquele local um pouco de paz, afastando-se de um mundo muito mais selvagem do que a natureza que nos rodeava. Não fora a trovoada que ameaçava cair e o facto de a noite nos poder apanhar desprevenidos no meio do nada certamente teríamos prolongado aquele momento por mais umas horas.

O Verão chegou à cidade!

Depois do tempo invernoso se ter prolongado quase até Junho, de em Agosto as temperaturas terem sido verdadeiramente primaveris e de os primeiros dias de Setembro nos fazerem pensar que o Outono se tinha instalado, não é de estranhar! Afinal são 4 as estações do ano...

Lá fora estão 34º e não corre uma brisa sequer (nem mesmo à beira-rio)!!
Com o fim-de-semana à porta esperemos que a coisa se mantenha pelo menos por mais 2 dias. Quem sabe amanhã ainda ponha o pé na areia...

© mcg (Jul. 2008)

A solução

Tinha prometido a mim mesma que não me iria chatear; que iria olhar à volta e assobiar para o lado; que quando me sentisse prestes a explodir contaria até 100, 1000 ou 10000, conforme as circunstâncias... Infelizmente (para mim, é claro!) fervo em pouca água.

Já tentei um pouco de tudo: do ioga às terapias comportamentais, dos desportos radicais aos ansiolíticos, mas acabo por voltar ao mesmo.

Hoje creio ter encontrado a solução. Agora só preciso descobrir a queimada e passar por lá antes de ir trabalhar!

Nota: Antes de pôr o vídeo a correr, queiram, por favor, desligar a música ali ao lado.

Para que não restem dúvidas,

Carvoeiro, Lagoa (PT), Ago. 2008)

... e não voltes a reclamar, aqui fica a prova de que também estavas na falésia ao entardecer.

Nega-me

Nega-me o pão, o ar, a luz, a primavera, mas nunca o teu riso, porque então morreria.

Pablo Neruda

P.S. Espero voltar a ver-te assim rapidamente...

Segue o teu coração!

Foto de Nuno Chambel

Follow your heart and see where it might take you
Don't let the world outside there break you
They know not who you are inside
They have never felt your hell
Don't ever let them crack...

Hold out I know you feel it getting cold out
Without the blanket for your soul now
Before you know it you'll be frozen
You have to see this through
There's no one here but you

I feel the rain coming down
It reminds me of who I used to be
But now that's nothing more
Then a memory

Don't go, to sleep and cry because tomorrow
If you let it it will swallow
You up and none of this will matter
Will matter anymore

Follow your heart and see where it might take you
Don't let the world outside there break you
They know not who you are inside
They have never felt your hell
Don't ever let them crack...
Your shell...

Discover Brandi Carlile!

Nota: Para os que eventualmente ainda não conheçam, Brandi Carlile é muito mais do que "The Story"...

Em depressão

Acabaram-se as férias e voltámos ao trabalho.

O regresso foi duro, muito duro! O corpo reclamou da cadeira, do computador, da falta de ar condicionado e sei lá mais de quê. O cérebro então... Esse demorou uma eternidade a aceitar que o cenário era real e não apenas um pesadelo

Dos últimos dias ficam as memórias das areias douradas, dos banhos de mar e de piscina, das refeições fora de horas e do entardecer no cimo da falésia, disfrutando do silêncio, olhando o mar a perder de vista e tendo por companhia apenas uma destemida gaivota.

© mcg (Carvoeiro, Lagoa (PT), Ago. 2008)

© mcg (Carvoeiro, Lagoa (PT), Ago. 2008)

P.S. Hoje vi no noticiário que muitas pessoas sofrem de depressão pós-férias. Deve ser esse o meu problema!

Rumo a nova latitude

O extremo ocidental do território continental marcou o final da primeira etapa das minhas férias.

Para aproveitar o pouco tempo de descanso que resta, e antes de ter de retornar à dura realidade, vou partir para o sul rumo a praias que se esperam mais quentes e a noites mais animadas.

Regressarei daqui por uma semana. Até lá, e para não quebrar velhos hábitos, deixo-vos na companhia de alguma da música que me acompanhará nesta viagem.

© mcg (Cabo da Roca, Sintra (PT), Ago. 2008)

ser Português

Foto daqui

Estive um par de horas presa à televisão. Vi o concurso do Decatlo, os 4 x 100 m femininos, 1/2 finais e finais de não sei quantas provas de velocidade, um sem número de cerimónias protocolares, mas no final valeu bem a pena. Nelson Évora é Campeão Olímpico do Triplo Salto. (Emocionou-se aquando do último salto e emocionou-me.) Desta vez, a bandeira que sobe mais alta é a das Quinas.

Feeling Good

Eram tais os receios, as incertezas, que me senti presa, sufocada…

Parti para percorrer dezenas de quilómetros de trilhos tendo por companhia a natureza em estado puro. Procurei manter a serenidade e desfrutar das praias quase desertas em pleno Agosto.

© mcg (Praia da Aguda, Sintra (PT), Ago. 2008)

Finalmente, regressei à tranquilidade de um abraço para confirmar que, afinal, nada mudou…

Hoje, esta canção não me saiu da cabeça!

Nem a propósito

© mcg (12 Ago. 2008)

Aqui fica a resposta para o Viajante.

De olhos em bico

Foi como fiquei, e comigo certamente muitos outros milhões de pessoas, com a cerimónia de abertura das Olimpíadas de Pequim.

Não creio serem necessárias muitas palavras para descrever a beleza e a harmonia, mas também o rigor e disciplina, evidenciadas ao longo do espectáculo.

Estas e outras imagens falam por si!

Satisfeita a curiosidade sobre como seriam as boas-vindas, ficamos agora ansiosos por saber o que acontecerá com a Delegação Portuguesa, se a China conseguirá arrecadar o maior número de medalhas, se Michael Phelps irá quebrar o record de Mark Spitz, sete vezes campeão olímpico em Munique em 1972…

Agora, e até ao dia 24, a chama olímpica ilumina o Ninho de Pássaro.

Foto de REUTERS/Lucy Nicholson

Espero

Foto de Virginia Gálvez


O momento de voltar a tomar o café contigo.

Instantes perfeitos

© mcg (Jul. 2008)

Feitos de
Luz, tranquilidade, harmonia, cumplicidade, partilha…

250 minutos

Foto de Miguel Pereira

Ou, se preferirem, 4 horas e 10 minutos...

Foi quanto durou a reunião desta tarde e na qual estive quase, quase, quase a passar-me

Mas para quê?!?!

Mais uma vez ficou provado que não vale a pena remar contra a maré e que alguém que questione o que quer que seja é presona non grata. Ora, se eu já sei tudo isto, por que raio é que ainda me chateio?!?!

Nunca mais vejo a hora de entrar em férias...

Mais uma grande noite com uma magnífica voz

© mcg (Passeio Marítimo de Algés, Lx (PT), 19 Jul. 2008)

Foi há cerca de 2 meses, e a propósito deste post, que se decidiu que no dia 19 de Julho, à noite, estaríamos (eu e um grupo de amigos) no Passeio Marítimo de Algés para ouvir aquele que, então, alguém apelidou de "voz de cama" – Leonard Cohen.

Revelando-se dono de uma pontualidade britânica e de uma vitalidade assombrosa – afinal, o Senhor tem 73 anos! -, Cohen subiu ao palco às 21,00 horas e durante quase 3 horas encantou os vários milhares de pessoas que o escolheram entre tantas outras opções – Lou Reed, Festival Delta Tejo…
Confesso que o facto de o concerto ser ao ar livre me levantava algumas reservas, pois via o som do canadiano do chapéu como algo mais apropriado para um espaço mais intimista como um Coliseu... Contudo, tenho de dar a mão à palmatória e reconhecer que a excelente qualidade do som e a brilhante execução de músicos e cantores desfizeram qualquer dúvida. A juntar a isto, a lua cheia e uma temperatura bastante amena tornaram o cenário quase perfeito para o turbilhão de emoções que o poeta-escritor-compositor-cantor despertou nos que lá estavam. (Um relvado em vez do asfalto teria sido, no meu ponto de vista, bastante mais interessante e adequado…)

Há quem diga que, muito provavelmente, esta foi a última oportunidade de ver Leonard Cohen ao vivo em Portugal. Se tal for verdade, então posso sentir-me uma felizarda por ter estado presente!!!
Para terminar, e parafraseando o próprio artista, apenas tenho a dizer: Thank you for this memorable evening!

Question:

Foto de Stephane Degros

E que bem que canta esta senhora

Uma figura maternal com aspecto frágil e uma voz encantadoramente doce preencheram ontem o belo cenário do Jardim da Sereia e aqueceram uma noite cuja temperatura não correspondia aos sons quentes que se ouviam.

Mas antes de Rosa Passos tive a oportunidade de conhecer Couple Coffee & Band, um projecto musical desenvolvido por brasileiros residentes em Portugal, no qual a Bossa Nova convive em perfeita harmonia com temas do Zeca Afonso, provando que a música não tem fronteiras.

Duas excelentes sugestões musicais para desfrutar nas noites de férias por que todos ansiamos rapidamente.

De alma lavada

É assim que me sinto todas as vezes que regresso desta terra.

É um lugar de contrastes onde as frescas várzeas dos arrozais se encontram lado a lado com o quente montado, povoado por sobreiros e pinheiros mansos. O horizonte é longínquo, as cores intensas, os cheiros e os sabores fortes e as pessoas espantosas.
© mcg (Vale do Sorraia, Coruche (PT), Jul. 2008)

Em época estival o tempo corre num ritmo diferente. Os dias são longos: iniciam-se bem cedo e terminam tarde, muito depois do Sol já se ter despedido, cortados por pausas ditadas pelo bafo quente de uma terra que não poupa os mais fracos.

Nunca lá vivi, mas sempre me perguntei como seria. Uma casa caiada de branco, bem “rente” ao chão, com barras coloridas a engalanar portas e janelas. Uma latada, um forno do pão, alegretes de flores e uma pequena calçada junto à porta, prolongamento natural de um interior simples, despojado, quase monástico, onde os jogos de luz nos surpreendem…

© mcg (Branca, Coruche (PT), Jul. 2008)

Enfim, um sítio extraordinário, origem de uma parte dos meus genes, ao qual sinto uma ligação umbilical que me faz sentir tão bem como se estivesse em casa.

© mcg (Rio Sorraia, Coruche (PT), Jul. 2008)

© mcg (Coruche (PT), Jul. 2008)

Pensando em mim

A semana começou com o mesmo ritmo alucinante da anterior e a perspectiva seria que assim continuasse até ao fim.
Mas que raio... O que é que ganho em trabalhar horas e horas a fio, quando tantos outros fazem apenas o mínimo indispensável e ainda por cima recebem as benesses do chefe? Um destes dias, alguém me disse que nesta carreira, para se ser feliz, o importante é não revelar espírito de iniciativa. Coisa estranha, esta. Mas quanto mais olho à minha volta mais me convenço que é a mais pura das verdades. Ora então, se assim é, tenho de aprender a deixar de colocar os outros à frente de tudo e ser um bocado mais egoísta.

Por isso mesmo, ontem, depois de ter dedicado a manhã ao patrão, resolvi que bem merecia tirar o resto do dia para mim. Como destino escolhi a beira-mar e dei por inaugurada a minha época balnear. Depois veio a noite... Dedicada exclusivamente a mim e a ele – a nós, prolongou-se até que o despertar da natureza e o sol a despontar no horizonte nos obrigaram a regressar à realidade.

Huuummm!! Sabe tão bem quando nos colocamos em primeiro lugar...

A minha semana

Horas a fio sentada à secretária, noites de sono perdidas, enormes quantidades de cafeína ingeridas e o chefe a chatear porque pensa que não tenho mais nada para fazer senão aturar os seus caprichos.

Agora vou tentar recuperar porque segunda-feira começa tudo outra vez!!

Detesto épocas de exames e finais de ano lectivo...

Foto de Tobias Wiesner

Perfeito, perfeito

Teria sido ouvir este senhor debaixo das estrelas, num areal junto ao mar...

Mas, apesar disso, dos 500 km feitos num ritmo alucinante, das 2 horas de espera até que chegasse a vez de Jack Johnson entrar em palco e do muito calor que se fazia sentir dentro do Pavilhão Atlântico, valeu bem a pena a ida ao concerto de ontem à noite!!

No teu poema

(...) existe a esperança acesa atrás do muro,

existe tudo o mais que ainda me escapa

e um verso em branco à espera de futuro.

Parabéns D.!

de Eugénio de Andrade

Húmido de beijos e de lágrimas,

ardor da terra com sabor a mar,

o teu corpo perdia-se no meu.

(Vontade de ser barco ou de cantar.)

Foto de Vernon Trent

Cerejas

Adoro! E já por várias vezes tive o prazer de as comer em cima da árvore. Assim: acabadas de colher, sujas, quentes, deliciosas!

Mas nunca tinha experimentado nenhumas tão doces como as que ontem, partilhadas, foram o meu jantar...

Foto de Isabela Daguer

Nota: Antes que venham os protestos, esclareço já que não ando a imitar ninguém. Simplesmente aconteceu :)

Hoje

Foto de King Douglas

Perdi o medo de voar.

E parto
Em voo dinâmico, picado, rasante, planado
Avisto pessoas, cidades, campos, rios e mares.

Um dia

Desta ousadia regressarei.
Aqui,
A mim,
Mas hoje...

Hoje perdi todo o medo de voar!

Celebrar a amizade

© mcg (Jun. 2008)

Ontem, enquanto o país comemorava o Dia de Camões, de Portugal e das Comunidades Portuguesas, numa varanda em festa o branco da paz e o verde da esperança fundiram-se com muitas outras cores, tornando ainda mais vibrante um dia ensolarado, que o anfitrião tão bem soube negociar com o "Santo das Chaves".

Nesta varanda sobre a cidade, palco de tantos outros festejos, cruzaram-se amizades antigas e laços recentes numa comunhão de sensações só possível quando se celebra a amizade.

Caminhos

© mcg (Caminho da cascata, Pitões das Júnias (PT), Mar. 2008)

Há caminhos que nos levam a lugares mágicos, tão extraordinários que pensamos ter chegado ao céu.
Podemos ter percalços e o retorno ser um pouco mais complexo, ou até doloroso. Mas não devemos pensar nisso e sim desfrutar cada momento, até porque, muito frequentemente, o que colhemos na ida e recebemos no destino compensa as eventuais agruras do regresso.

Uma flor, uma pequena flor...

© mcg (Abr. 2007)

É para ti, D

Porque não encontro melhores palavras

Tranquilo, brilhante

Assim estava o mar ontem...

© mcg (Costa Nova, PT)

Entre o mar e a serra

O objectivo era assistir às meias-finais e final da 2ª etapa do Circuito Nacional de Bodyboard Open 2008, que este fim-de-semana se realizou na praia do Cabedelo, na Figueira da Foz. Mas os sets estavam fraquinhos e os bodyboarders tiveram algumas dificuldades em executar as suas manobras. Felizmente o sol foi nosso amigo e deu um arzinho da sua graça, ainda que não permitisse que desse por aberta a minha época balnear.

Mas a Figueira não é só a praia.

O Cabo Mondego e a Serra da Boa Viagem compõem um espaço de grande beleza, com excelentes condições para a prática de outras actividades que não as marítimas.

Para os entusiastas da geologia, botânica ou zoologia, do BTT, caminhadas ou outras, a Serra oferece múltiplos atractivos. Contudo, a exploração dos "cimentos" e um certo abandono têm vindo a descaracterizar a paisagem e a torná-la o cenário ideal para grandes incêndios.

Felizmente a natureza tem uma incrível capacidade de regeneração e muitas das espécies autóctones já regressaram (a tamargueira, o alho-bravo, a roselha, o pardal ou o coelho-bravo), enquanto outras vão conquistando novos territórios (como a oliveira ou o esquilo).

Ontem a visita foi breve. Uma hora de caminhada soube a muito pouco pelo que fica a promessa de voltar.